quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Não chores mais por mim quando eu morrer


Não chores mais por mim quando eu morrer
do que ouças sino lúgubre que diz
aviso ao mundo de que eu fui viver,
ido do mundo vil, com vermes vis.

Nem o ler deste verso te recorde
a mão que o escreveu, pois te amo tanto,
que em teu doce pensar eu não acorde
se o pensar em mim te causar pranto.

Ou se (digo eu) olhares esta linha,
quando eu já for (talvez) lama abatida,
não repitas o nome que eu já tinha

e caia o teu amor com a minha vida.
Se não o mundo ao ver-te em luto pôr
há-de troçar de ti quando eu me for.

William Shakespeare (1564-1616)

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