sábado, 28 de fevereiro de 2015

As Memórias de Winston Churchill


Enquanto primeiro ministro da Grã-Bretanha entre 1940 e 1945, Winston Churchill não só foi o maior líder da II Guerra Mundial mas também a voz desafiadora mais eloquente do mundo livre contra a tirania nazi. Os relatos épicos de Churchill desses tempos, extraordinários pela acutilância, são aqui reunidos num único volume. Esta obra vital e reveladora retém o drama, os detalhes observados em primeira mão e a prosa magistral dos seus clássicos 6 volumes de história, oferecendo uma valiosa perspectiva de eventos fulcrais do século XX. A história de Churchill da II Guerra Mundial é, e será, a obra definitiva. Lúcido, dramático, extraordinário, quer pelo seu fôlego e profundidade, quer pelo seu sentido de envolvimento pessoal, este livro é universalmente reconhecido como uma magistral reconstrução histórica e uma duradoura obra de literatura.

12 palavras que os Espanhóis roubaram aos Portugueses


Palavras espanholas que tivessem sido roubadas à nossa língua? São raras, mas existem: são os chamados lusismos do espanhol. Curiosamente, o artigo explica que é muito difícil saber quais são as palavras que têm origem no português e quais têm origem no galego. Afinal, nem sempre é fácil perceber onde acaba a nossa língua e começa a língua dos vizinhos de cimaPortanto, estes são 12 exemplos de palavras espanholas de origem portuguesa. Começamos com algo muito doce, passamos por várias palavras aquáticas — afinal, somos gente da água — e acabamos com muito prazer: 

   caramelo
   alecrín
   jangada
   lancha
   ostra
   perca
   mandarín
   barroco
   chato
   mimoso
   enfadar
   placentero

E lá vão as línguas emprestando e roubando alegremente. O que só lhes fica bem.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Confiança nas Instituições Políticas

O que significa (des)confiança nas instituições políticas? O que são instituições políticas? E porque interessa estudar e reflectir sobre a (des)confiança nas instituições políticas? Este ensaio arranca com a resposta a estas questões para depois aprofundar o tema da desconfiança política em Portugal, na Europa, e mesmo no mundo. Este é explorado com base na análise de um conjunto de instituições (o governo, o parlamento, os partidos políticos, o sistema judicial e a União Europeia), mas mostrando também, de forma mais alargada, os sentimentos de insatisfação, de desencanto e mesmo de alheamento que tendem a compor o cenário de mal-estar dos cidadãos em relação à política. Ao longo do texto são explorados dados, factos e considerações com vista ao esboçar de um diagnóstico para a desconfiança política, e no final sugerem-se alguns contributos para a respectiva panaceia.

Loving Home

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Contos do Gin-Tonic


«O autor repete preocupadamente a prevenção anteriormente já feita de que qualquer semelhança entre o que se segue e pessoas, coisas ou acontecimentos existentes na realidade é pura e absoluta coincidência. No entanto, continua a não se sentir impedido de verificar que as coincidências têm causas matematicamente prováveis deveras curiosas. Pessoas, bichos, coisas e actos são aparentados objectivamente pelo acaso. Isto tem tudo a ver com o acaso, nada com o autor. Dada a prova, o autor esquiva-se topologicamente e informa que também não é responsável pelas coincidências. Nenhumas...» Mário-Henrique Leiria, 1973

Filatelia de Portugal

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pica do 7

Josefa d'Óbidos (1630-1684)


Josefa de Ayala Figueira, conhecida como Josefa de Óbidos (1630-1684), foi uma pintora nascida na Espanha que viveu e produziu em Portugal. Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, a sua reputação que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se desviavam de seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la. Para quem apreciar a sua obra ou a não conhecer tem agora uma oportunidade no Museu Nacional de Arte Antiga, de 15 de Maio a 16 de Setembro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Não quero ser soldado nem capitão


NÃO QUERO, NÃO

Não quero, não
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não
ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Eugénio de Andrade (1923-2005)

A chantagem grega vem de longe...

domingo, 22 de fevereiro de 2015

A Sagres fez bem em retirar o anúncio dos frangos?


Há um mês e meio éramos todos Charlie. Segurávamos folhas de papel, erguíamos as mãos e marchávamos pela rua em nome da liberdade. Acordávamos todos os dias dispostos a defender o direito de todos à palavra e à opinião, mesmo que não concordássemos com uma letra daquilo que diziam. Esses eram os dias. Esses foram os dias. Hoje anda meio país indignado por causa de um anúncio de uma marca de cerveja sobre um golo manhoso num jogo de futebol que acabou empatado.

Há um mês e meio, 12 pessoas morreram no ataque terrorista ao "Charlie Hebdo", o semanário satírico que publicou caricaturas de Maomé. No dia seguinte, outras quatro pessoas morreram num supermercado de Paris. Hoje discute-se um anúncio, que nem sequer é um anúncio genial, daqueles que surpreendem ou fazem pensar. Apenas fala de frangos, dos que têm penas e dos que fazem ter pena do guarda-redes. 

Não morreu ninguém. É apenas bola. Mas pelos vistos o anúncio era "ofensivo". A Sagres cedeu e retirou rapidamente o vídeo de circulação para que os indignados ânimos acalmassem. Sim, há um mês e meio éramos todos Charlie. Hoje somos só cerveja e frango.

(Ricardo Marques in Expresso de ontem)

O que o terá feito distrair?


O cenário é o de uma sala de aula numa universidade medieval. Ao fundo, na segunda fila, está um estudante que, voltando-se para trás, fixa o olhar em alguém ou nalguma coisa, parecendo sussurrar. 

O que lhe terá chamado a atenção e o que estará ele a dizer? 

É esse o desafio que hoje lhe propomos. Dê-nos o seu palpite, usando a caixa de comentários. Para o leitor com a proposta mais original temos, como habitualmente, um livro de oferta.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Satchita

Cinco palavras portuguesas que estão a morrer


ÓsculoProvavelmente, esta palavra não está a morrer: já morreu. Muitas pessoas já nem saberão o que quer dizer — e não me parece que alguém chore por esta morte, pois é um pouco estranho misturar a ideia dum beijo com uma palavra que lembra algum tipo de bicho estranho.

Deveras Será ainda uma sobrevivente em certos discursos mais inflamados ou em paródias dum estilo antigo. Mas na vida do dia-a-dia não há quem diga “deveras”. Pelo menos sem que outros torçam o nariz a esta palavra com ar de outros tempos.

Cassete Não morreu, mas está muito velhinha: uma palavra que ainda há poucos anos andava nas bocas do mundo… É bem provável que, muito em breve, siglas como CD, DVD e outros que tais se juntem à cassete nesse lar da terceira idade das palavras.

Obséquio Uma palavra galante, mas cada vez mais rara. Ainda soa bem e não deixa de ter a sua graça, mas ninguém a ouve por essas ruas fora. Mas tiremos-lhe o chapéu, que merece o nosso apreço.

Cosmonauta Nestes tempos em que a Rússia está mais interessada nas Crimeias desta vida do que na conquista do espaço, já poucos se lembrarão que os astronautas, por aquelas bandas, são cosmonautas. Nunca se sabe se não será esta uma palavra a ressuscitar muito em breve. Por enquanto, talvez seja bom recordar que um astronauta chinês é um taikonauta.

Conhecem mais palavras que estejam a morrer?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O castelo de Montemor-o-Velho


As primeiras referências documentais à povoação e seu castelo remontam ao século IX, quando Ramiro I das Astúrias e seu tio, o abade João do Mosteiro do Lorvão, o conquistaram (848). O soberano transmitiu ao tio estes domínios, com o encargo de defender o castelo, mantendo-lhe guarnição, cuja alcaidaria João entregou a D. Bermudo, filho de sua irmã, D. Urraca. Ainda naquele ano resistiu ao cerco que lhe foi imposto pelo califa de Córdoba, Abderramão II. A posse da região entre os rios Douro e Mondego alternou-se entre cristãos e muçulmanos desde a segunda metade do século X até ao início do XI. De acordo com a Crónica dos Godos, a primitiva fortificação de Montemor foi conquistada pelas forças de Almançor (2 de Dezembro de 990) – que a terão reedificado, pessando a ser seu "tenens" Froila Gonçalves -, para ser recuperada pelos cristãos (Mendo Luz, 1006 ou 1017, sucedido no governo do castelo por Gonçalo Viegas), novamente conquistada pelos muçulmanos (1026), reconquistada por Gonçalo Trastamariz (Crónica dos Godos, 1034), que ficou como seu governador e fronteiro-mor. De volta à posse muçulmana, a posse cristã definitiva, entretanto, só ocorreria sob Fernando Magno após a conquista definitiva de Coimbra (1064), assegurando a fronteira no Mondego.

Filatelia da África do Sul

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Classificados do diário AS BEIRAS de hoje


BELA MENINA. Simpática. Quentinha. Local discreto. Atende todos os dias. Telem: 962 *** 408

CANALIZAÇÕES EM GERAL, águas, esgotos e gás. Assistência técnica e venda de aparelhos a gás. Zona centro. Telem: 922 *** 334

CRÉDITO IMEDIATO, garantias de cheques pré-datados ou penhora de ouro. Telem: 936 *** 993.

Amanhã vou comprar umas calças vermelhas


Amanhã vou comprar umas calças vermelhas
Porque não tenho rigorosamente nada a perder
Contei, um a um, todos os degraus
Sei quantas voltas dei à chave,
Sublinhei as frases importantes,
Aparei os cedros,
Fechei em código toda a escrita.
Amanhã comprarei calças vermelhas
Fixarei o calendário agricola
Afiarei as facas
Ensaiarei um número
Abrirei o livro na mesma página
Descobrirei alguma pista.

Ana Paula Inácio

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Da Democracia na América


Tocqueville surge-nos hoje como um dos primeiros teóricos da modernidade. Quer se trate da filosofia, da política ou da sociologia, a sua principal obra, 'Da Democracia na América', surge-nos como referência obrigatória. Editada em Paris pela primeira vez em 1835, 'Da Democracia na América' tornou célebre o jovem autor, considerado de imediato um herdeiro de Montesquieu devido à capacidade de observação, elegância de estilo e serenidade de pensamento. Foi isso que levou Dilthey a considerar, alguns anos depois, Tocqueville como «o maior pensador político desde Aristóteles e Maquiavel». 

São dois os temas fundamentais abordados em 'Da Democracia na América'. A parte inicial trata das instituições norte-americanas como expressão dos costumes e do estilo de vida e aborda os princípios em que se baseia um Estado democrático. Descreve o funcionamento dos três poderes da União, a estrutura e fundamentos do poder judicial, os corpos legislativos e a organização do poder executivo federal. Examina o sistema bipartidário, a importância das associações, o poder da maioria e as suas consequências. Esta primeira parte termina com uma série de capítulos destinados a avaliar a influência dos costumes e da religião na organização do sistema democrático. Na segunda parte do livro, elabora-se uma teoria do Estado democrático que é o grande contributo de Tocqueville para a filosofia política. O aspecto decisivo está, segundo Tocqueville, na igualdade de condições que impera na sociedade norte-americana: «como ninguém difere dos seus semelhantes, ninguém poderá exercer um poder tirânico, pois, neste caso, os homens serão perfeitamente livres, porque serão de todo iguais; e serão perfeitamente iguais, porque serão de todo livres». A igualdade e a causa da liberdade estão indissociavelmente ligadas. Quase dois séculos depois da sua primeira edição, 'Da Democracia na América' continua a demonstrar a sua indiscutível actualidade na ciência política.

Don't Worry Be Happy

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Devemos acreditar agora na Grécia?


Aeroporto de Bruxelas, 2005. Luís Campos e Cunha era ministro das Finanças e acabava de explicar aos seus parceiros europeus porque tinha Portugal afinal um défice de 7%. José Sócrates e Vítor Constâncio tinham chegado ao novo valor do défice que iria colocar Portugal em pratos limpos com a Europa e o país no rumo certo da consolidação orçamental. Enquanto esperava pelo seu voo, o ex-ministro das Finanças encontra-se com o seu homólogo grego que lhe diz num misto de irritado e incrédulo: "Vocês foram dizer o valor verdadeiro a Bruxelas. Isso nunca se faz". 

Foi esta a Grécia que a Europa conheceu durante anos. Que foi pedir ajuda à troika para se salvar da bancarrota. Que teve um perdão de dívida. Que paga juros (2,3%) em percentagem do total da sua dívida pública inferiores ao que paga a Alemanha (2,4%) e Portugal (3,9%). Que tem uma moratória de 10 anos de juros e de 15 anos de capital para grande parte da sua dívida. Cujo peso de impostos e contribuições para a segurança social é de 38,2% do PIB, abaixo da média da zona euro (41,6%), abaixo da Alemanha (39,7%) mas acima de Portugal (37%).

Numa entrevista a “The Wall Street Journal”, o actual ministro da economia grego avisou que a receita fiscal está em queda e que os problemas de liquidez podem começar já em março. A explicação: mesmo antes das eleições muitas das pessoas que tinham impostos por liquidar optaram por não pagar na esperança que o Syrisa mudasse as regras do jogo. O Syrisa diz que agora tudo vai ser diferente. Deve a Europa acreditar?

(João Vieira Pereira in Expresso de 14/02/2015)

Acha-a parecida com alguma outra?

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O que eu quero é uma mulher depressa!

Interveio ou Interviu?


Se é dos que, como eu, estão atentos aos jornais e televisões, por certo já leu e ouviu várias expressões com erros ortográficos ou falhas gramaticais e que nos deixam sempre confusos. Tem agora aqui a possibilidade de nos esclarecer uma das que mais se ouvem. Diga-nos, pois, qual das seguintes frases está correctamente escrita?

   [A] A mãe interveio a tempo de o João não cair.
   [B] A mãe interviu a tempo de o João não cair.

Não aconselho pedir ajuda ao Jorge Jesus. Não porque seja benfiquista, o que por si só já não abona muito a seu favor, mas porque o homem não é certo e nem sempre erra. Responda à pergunta, utilizando a caixa de comentários. Temos um livro para lhe oferecer se for o primeiro leitor a dar a resposta certa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Balada do Desajeitado

SwissLeaks


Segundo o SwissLeaks, há mais de 200 portugueses com dinheiro no banco suíço HSBC e cerca de 611 clientes com ligações a Portugal. “O dinheiro não é meu”, explicou a senhora de Vila Real que tem lá 227 milhões. “É do meu sobrinho taxista em Basileia. E, pelo que sei, o rapaz também pediu ajuda aos outros 610 tios para poder abrir uma série de contas para depositar as gorjetas do táxi e o rendimento social de inserção da avó que já morreu há 30 anos.” Os 611 tios já explicaram isto à Autoridade Tributária e aproveitaram para perguntar se as facturas das despesas de manutenção das contas que usaram para evasão fiscal também são elegíveis para o sorteio dos carros do Fisco. (in Inimigo Público)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Mistérios da Ciência resolvidos por Sherlock Homes...


O maior detective do mundo transforma-se no maior explicador de física do mundo, enfrentando estranhos casos de ciência enlouquecida e natureza assassina! Neste livro cheio de suspense, Colin Bruce recria a atmosfera original das histórias de Sherlock Holmes para nos explicar os mais fascinantes princípios da física ao longo de 12 aventuras do mais famoso detective do mundo. Nesta obra cheia de acção, superiormente assistido pelo fiel Watson, o professor Challenger e outras bem-amadas personagens de Conan Doyle são obrigados a deslindar os paradoxos e princípios da física clássica e quântica para solucionarem um crime, impedirem um assassinato ou salvarem uma dama em apuros.

Filatelia da Rússia

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Diz-me onde moras...


Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu. Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!

Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em '-ide', como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço. Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja, ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola. Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa. De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar?

Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses. Imagine-se o impacto de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar. Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho). E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz). É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro? Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso? Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?

(Miguel Esteves Cardoso)

What a Wonderful World

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Jogo da Galinha


Yanis Varoufakis é professor de 'Teoria dos Jogos' na Universidade do Texas, em Austin, e conhece muito bem este jogo. O jogo da 'galinha' (no sentido de medricas) simula um cenário onde dois jovens têm algo a provar e para isso promovem uma corrida para decidir quem é o mais corajoso. A corrida consiste em conduzir os seus carros em linha recta de frente um para o outro. Ganhará quem desviar o carro o mais tarde possível. No caso de nenhum  dos dois se desviar, o cenário é catastrófico: perdem tudo, incluindo a vida. Se apenas um desiste, o que não desiste ganha, e o outro perde. E, se ambos desistem, ambos perdem o respeito dos amigos, mas ainda têm seus carros e suas vidas. Mas quando os dois 'jogadores' são a Grécia e a UE, o resultado da colisão frontal não é simétrico: um perderá a 'vida' e o outro sofrerá, somente, um arranhão.

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905)


Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal,desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Passe o Sal



“Passe o sal,” é o título desta curta-metragem produzida por Matthew Abeler, um estudante de comunicações da Universidade de Northwestern, uma universidade do Illinois, Estados Unidos.

O choro não é meu


GOTA DE ÁGUA

Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.

António Gedeão (1906-1997)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Das Kapital


Principal obra de Marx foi publicada em 11 de Setembro de 1867. Desde então a filosofia marxista foi a fonte de inúmeras polémicas e, em seu nome, foram feitas revoluções e estabelecidos vários tipos de organização estatal. Com mais de 2.500 páginas, O Capital sempre foi uma leitura literalmente pesada para os interessados. O autor pelejou com sua obra durante 15 anos e só terminou o primeiro volume. Os dois outros livros foram concluídos após sua morte por seu amigo Friedrich Engels, com base em fragmentos, bilhetes e anotações, deixados em grande quantidade por Marx. O filósofo, que nasceu em Trier, na Alemanha, no ano de 1818 e faleceu em Londres em 1883, é tido ainda hoje como um analista perspicaz e um pensador brilhante, mesmo que as suas teorias não tenham correspondido inteiramente à realidade.

Qual o nome que daria a esta imagem?


Por uma vez use a sua imaginação, caro leitor, não para mimosear Passos Coelho, José Sócrates ou Alexis Tsipras, mas para dar nome a uma verdadeira obra de arte. Deixe-nos a sua sugestão na caixa de comentários. Temos um livro para oferecer ao leitor que nos enviar a proposta mais original.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

E o que faço eu?!

Almada Negreiros (1893-1970)


Almada Negreiros é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Essencialmente autodidata (frequentou o Liceu de Coimbra) a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor. Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária. Almada teve um papel particularmente ativo na primeira vanguarda modernista, com importante contribuição para a dinâmica do grupo ligado à Revista Orpheu, sendo a sua ação determinante para que essa publicação não se restringisse à área das letras.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Quanto era o valor de uma vida?


A publicidade em séculos passados beneficiou o comércio de escravos. Descobrimos este rico registo de 1880, num Brasil há muito independente e quando a escravatura já tinha sido abolida em Portugal. Quanto era o valor de uma vida neste período?

Relativismo Moral - O que é isso?

O relativismo moral é a visão de que as afirmações morais ou éticas, que variam de pessoa para pessoa, são todas igualmente válidas e que nenhuma opinião sobre o que é "certo e errado" é melhor do que qualquer outra. O relativismo moral é uma forma mais ampla e mais pessoalmente aplicada de outros tipos de pensamento relativista, tal como o relativismo cultural. Estes são todas baseados na ideia de que não exista um padrão definitivo do bem ou do mal, por isso cada decisão sobre o que é certo e errado acaba sendo um puro produto das preferências e ambiente de uma pessoa. Não existe um padrão definitivo de moralidade, de acordo com o relativismo moral, e nenhuma declaração ou posição pode ser considerada absolutamente "certa ou errada", "melhor ou pior". 

 O relativismo moral é uma posição muito difundida no mundo moderno, embora seja aplicada de uma forma muito selectiva. Tal como acontece com outras formas de relativismo, é apenas mencionada de forma puramente defensiva. Os princípios do relativismo moral só podem ser usados para justificar ou permitir certas ações, nunca para condená-las. O relativismo moral pode assumir várias formas diferentes, do utilitarismo, evolucionismo e existencialismo ao emotivismo e situacionismo. Todos estes, em sua maior parte, compartilham um único tema unificador: que a moral absoluta não existe e que o "certo" ou "errado" é inteiramente um produto da preferência humana. 

O argumento principal que os relativistas tentam usar é o da tolerância. Eles afirmam que é intolerante dizer a alguém que a sua moralidade esteja errada, e o relativismo tolera todas as posições. No entanto, isso é simplesmente um engano. Antes de tudo, o mal nunca deve ser tolerado. Devemos tolerar o ponto de vista de um estuprador de que mulheres são objectos de gratificação a serem usadas? Segundo, esse argumento se destrói porque os relativistas não toleram a intolerância ou o absolutismo. Terceiro, o relativismo não pode explicar por que qualquer pessoa deva ser tolerante em primeiro lugar. O fato de que devemos tolerar pessoas (mesmo quando descordamos) é baseado na regra moral absoluta de que devemos sempre tratar as pessoas justamente – mas isso é absolutismo de novo! Na verdade, sem os princípios universais morais, a bondade não pode existir. O facto é que todas as pessoas nascem com uma consciência e todos nós instintivamente sabemos quando ofendemos ou fomos ofendidos. Agimos como se esperássemos que as outras pessoas reconhecessem isso também. Mesmo como crianças, conhecíamos a diferença entre "justo" e "injusto". É necessária uma filosofia ruim para nos convencer de que estamos errados.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Miguel Araújo e Dona Laura

Sete palavras japonesas de origem portuguesa


As palavras portuguesas chegaram muito longe, como sabemos. Os japoneses estão do outro lado do mundo, mas usam algumas palavras que surgiram desta nossa fala do sul da Europa Convém esclarecer desde já uma coisa: “arigato” não tem origem portuguesa, ao contrário do que se diz por aí. É uma forma japonesa muito antiga, que só por coincidência faz lembrar o nosso “obrigado”. Por contraste, as seguintes palavras são mesmo roubadas ao português: 

イギリス・英吉利 (igirisu). Quem melhor do que os portugueses para ensinar aos japoneses o nome dos ingleses? Sim, esta palavra quer dizer “inglês” e ainda “Reino Unido“.

ビードロ (biidoro). Também levamos para aquelas paragens o nome do “vidro”.

フラスコ (furasuko). Talvez por ser feito de vidro, também é de origem portuguesa a palavra que significa “frasco“.

ボタン・釦・鈕 (botan). Continuando ainda com objectos, temos o nosso “botão” a transformar-se no botão japonês.

木瓜 (marumero). Olhando agora para os vegetais, quem diria que o “marmelo” japonês é de origem portuguesa?

パン・麺麭・麪包 (pan). E continuando pela senda dos alimentos, temos o alimento por excelência: o “pão“.

パンドロ (pandoro). Não nos afastando do pão, os japoneses também têm uma palavra para “pão-de-ló” e é portuguesa, com certeza. O som leva-nos quase a pensar que, afinal, dizemos “pão de ouro”, o que até não está mal pensado.

(in CERTAS PALAVRAS)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Não chores mais por mim quando eu morrer


Não chores mais por mim quando eu morrer
do que ouças sino lúgubre que diz
aviso ao mundo de que eu fui viver,
ido do mundo vil, com vermes vis.

Nem o ler deste verso te recorde
a mão que o escreveu, pois te amo tanto,
que em teu doce pensar eu não acorde
se o pensar em mim te causar pranto.

Ou se (digo eu) olhares esta linha,
quando eu já for (talvez) lama abatida,
não repitas o nome que eu já tinha

e caia o teu amor com a minha vida.
Se não o mundo ao ver-te em luto pôr
há-de troçar de ti quando eu me for.

William Shakespeare (1564-1616)

Clandestino

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Argumento de Autoridade


Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos de autoridade são maus. Um argumento de autoridade é um argumento baseado na opinião de um especialista. Os argumentos de autoridade têm geralmente a seguinte forma lógica, por exemplo: «Aristóteles disse que a Terra é plana; logo, a Terra é plana». A maior parte do conhecimento que temos de física, matemática, história, economia ou qualquer outra área baseia-se no trabalho e opinião de especialistas. Os argumentos de autoridade resultam desta necessidade de nos apoiarmos nos especialistas e têm de obedecer aos seguintes critérios:

- O especialista invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa.
- Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa.
- Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária.
- Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação em causa.

Em todo o caso, os argumentos de autoridade devem unicamente ser usados quando não se pode usar outras formas argumentativas mais directas. Finalmente, note-se que nenhum argumento é verdadeiro ou falso. A verdade aplica-se às proposições que constituem os argumentos, mas não aos próprios argumentos porque estes são conjuntos de proposições. Os argumentos são válidos ou inválidos, além de poderem ser interessantes ou não, mas não podem ser verdadeiros nem falsos. E as proposições são verdadeiras ou falsas, mas não podem ser válidas nem inválidas. Quem não compreende isto, não sabe o que é um argumento...

Filatelia Portuguesa

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Portugal, the wild side


Salvador da Costa (1692-1724)


Salvador da Costa, meu antepassado directo, casado com Isabel Rodrigues e com três filhos menores, faleceu aos trinta e dois anos de um acidente trágico:

“Aos cinco dias do mês de Abril de mil setecentos e vinte e quatro anos faleceu, com todos os sacramentos administrados em sua casa no lugar do Rodão, Salvador da Costa, homem casado com Isabel Rodrigues e porque lhe sucedeu quebrar-se-lhe uma perna com o tiro de uma espingarda que por desgraça se lhe disparou e porque para se lhe cortar a perna o levaram viris__cumba (esquife ou pequeno leito?) desta igreja, vinte e quatro homens ao Real Hospital de Coimbra, aos três dias do dito mês, a quatro dele lhe cortaram os cirurgiões a perna a daí a três horas faleceu. E a cinco o sepultaram no adro da igreja de São Tiago da dita cidade de Coimbra e por verdade fiz este assento que assinei. Ass. O vigário Manuel Carvalho Curado.”

O Real Hospital de Coimbra, localizado a mais de 25km do local do acidente, foi fundado em 1508 por D. Manuel I, tendo sofrido alterações no final do séc. XVI e inicio do séc. XVIII. Tinha duas enfermarias: a dos homens, com 12 camas, e a das mulheres, com 5 camas.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

La Tierra Del Olvido

Descubra quem é


Ele era 'o escritor que não dava autógrafos'. Até que um dia a actriz Simone de Oliveira, então em temporada na cidade, visitou o escritor e pediu-lhe um autógrafo. A resistência seria vencida pela compaixão por uma mulher que já tinha sido tão bonita… Concedida a assinatura, o episódio teria continuidade, quando Mário Soares comprou a sua obra prima e lhe pediu que a personalizasse. O escritor não assinou, o que levou Soares a recordar-lhe que já tinha dado um autógrafo a Simone de Oliveira. «Mas você», retorquiu o escritor, «não tem as pernas da Simone».

Afinal, de quem se trata?

Vamos dar-lhe umas dicas que a gente está aqui para o ajudar, caro leitor. Aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão. No ano seguinte foi mandado para o Seminário, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida.

Vá lá, não podemos dizer tudo e, por certo, agora já sabe de quem se trata. Use a caixa de comentários. Temos um livro para lhe oferecer se for o primeiro a dar a resposta certa.