sexta-feira, 8 de maio de 2015

As Farpas


Publicação mensal satírica que visava operar a crítica e a reforma dos costumes através do riso, inicialmente da coautoria de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, mas que Ramalho redigirá sozinho logo após 1872, devido à partida de Eça como cônsul para Cuba. Ao longo de dezassete anos, As Farpas traçarão um amplo inquérito à sociedade e à cultura portuguesas, visando a educação, a vida política, a religião, o movimento literário e artístico, os tipos sociais e a vida provincial, inquérito esse baseado numa grande capacidade de observação e numa ironia acutilante. Referindo-se ao diletantismo de Ramalho, mas também ao inquestionável efeito pedagógico e civilizador da sua escrita, Eça caracterizará assim As Farpas, num texto postumamente inserto nas Notas Contemporâneas: "Janela aberta por onde entravam para o país grandes rajadas de civilização e de educação, irregulares e imetódicas, como todas as rajadas, mas varrendo os miasmas e trazendo sempre alguma boa semente."

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